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Gbagbe (2017)

Espetáculo solo de Nando Zâmbia do Núcleo Afro-brasileiro de Teatro de Alagoinhas

Direção: Fábio Vidal

Texto:Daniel Arcades

GBAGBE é uma palavra em yorubá e quer dizer esquecimento. O solo é uma provocação ao sujeito negro, fazendo-o pensar no que é ser negro na contemporaneidade e o “que quiseram que esquecêssemos”, elaborando um pensamento sobre os rituais contemporâneos impetrados em nosso cotidiano que continuam a nos propor o abandono das nossas raízes. O espetáculo estabelece ligações com o ritual da "Árvore do Esquecimento" e traz à cena reflexões sobre o tempo, memória, ancestralidade e contemporaneidade, afirmação e afro-brasilidade.

O espetáculo se constrói na relação entre "cotidiano" e "ritual/encontro", entre o personagem e a "árvore das memórias". Esses dois planos seguem em paralelo até que se torna inevitável o afunilamento e eles se cruzam provocando uma revolução no personagem que começa a ter contato com sua história, a partir de uma nova relação consigo mesmo.  “A nossa história continua viva, mesmo que não percebamos. Gbagbe pretende ser uma alerta para que tenhamos cuidado também com a vida contemporânea. Nossos inimigos hoje estão para além do racismo, a globalização europeizada e americanizada também nos leva a não querer mais entender o tempo, a filosofia, os preceitos e valores através de um mergulho na ancestralidade africana”, descreve Daniel Arcades.

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